quinta-feira, 7 de abril de 2016

Projeto monitora onça em gestação em reserva florestal no Amazonas

Onça é monitorada em reserva do Amazonas




Duas onças da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas, receberam colares de GPS que vão indicar a movimentação delas pela floresta. Os animais foram incluídos no Projeto Iauaretê, do Instituto Mamirauá, que faz o monitoramento da espécie.
As onças foram encontradas durante trabalho de campo em janeiro e março e estavam em condições satisfatórias de saúde. Uma é preta e ganhou o nome de Django. A outra é pintada e está prenhe de dois filhotes. A gestação de Fofa, como o animal foi chamado, mostra que a região é favorável para a reprodução da espécie, considerada vulnerável no Brasil.
A descoberta vai permitir observar pela primeira vez na Amazônia o desenvolvimento dos filhotes e a movimentação da mãe nos períodos de pré e pós-parto.
Segundo a bióloga do grupo de conservação de felinos do Instituto Mamirauá, Wezddy Del Toro, o projeto começou em 2008 e desde então capturou 18 onças. Cinco delas receberam o colar com GPS.
“Uma vez que o animal é capturado, a gente faz um exame clínico, vê se tem alguma doença e pega algumas amostras para futuras análises. Durante a captura é colocado um colar com GPS que fica mandando as coordenadas de onde o bicho está se movimentando. A gente recebe essa informação via satélite por e-mail e, com isso, consegue observar a movimentação dos animais e as áreas de vida que eles estão utilizando”, disse a bióloga.
O trabalho de observação das onças já identificou um comportamento inusitado da espécie na região. Durante o período de cheia do Rio Solimões, toda a reserva fica alagada, mas os animais permanecem na área de várzea abrigados nas copas das árvores.
“Eles ficam na várzea, que são as florestas inundáveis, durante todo o tempo da inundação. Isso quer dizer que ficam morando nas copas das árvores entre três e cinco meses por ano, nadando de uma árvore para outra, procurando alimentos e abrigo. É um comportamento inusitado para felinos e é a primeira vez que isso é registrado”, contou Wezddy.
O Projeto Iauaretê também desenvolve uma atividade de turismo de observação de onça-pintada, com o envolvimento de comunidades ribeirinhas. Além de ajudar na geração de renda dos moradores, eles aprendem a importância de preservar a espécie.
“Aqui, antes, as pessoas viam a onça como inimigo. Agora, aprenderam a lidar com ela e a dar mais importância, principalmente preservando. É um bicho que está praticamente atrás das nossas casas, no nosso quintal. Antes, acontecia de matar alguma onça, mas agora ninguém fala mais nisso. Hoje, eles simplesmente observam quando encontram ela no mato. Sabem que a onça só está ali porque é o ambiente em que ela vive”, afirmou Ivanilson Cavalcanti, que tem 22 anos e participa da iniciativa na comunidade Boca do Mamirauá.
A reserva, de acordo com pesquisa do Instituto Mamirauá, tem cerca de dez onças a cada 100 quilômetros quadrados, umas das densidades mais altas do mundo, devido principalmente à abundância de alimentos na região. Elas se alimentam basicamente de bichos-preguiça, jacarés e macacos guariba.


Agência Brasil

H1N1: Entenda como funciona a vacina da gripe

O Ministério da Saúde iniciou o envio aos estados da vacina contra a influenza no início deste mês. Nas três primeiras remessas (1º a 15 de abril), os estados recebem 25,6 milhões de doses, que corresponde a 48% do total a ser enviado para a campanha deste ano. Desse montante, serão entregues 5,7 milhões de doses somente para São Paulo.

De acordo com o órgão, a entrega das vacinas aos municípios, por sua vez, é responsabilidade dos estados. A campanha de vacinação ocorre em todo o país do dia 30 de abril (com mobilização especial em todo o país) até 20 de maio. A campanha será mantida para esse período, quando os estoques estarão abastecidos para a realização da estratégia nacional.

Até o momento, foram registrados 444 casos de síndrome aguda respiratória grave por Influenza A (H1N1) em todo o Brasil, sendo 71 mortes, de acordo com o Ministério da Saúde. O maior número de casos foi registrado em São Paulo, com 55 óbitos. A síndrome se caracteriza por febre, tosse e desconforto respiratório. No ano passado inteiro, foram 36 mortes pela gripe A H1N1 no país.

A vacinação contra a gripe é a forma mais eficiente para a redução do impacto da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, a ação é uma resposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para controlar a circulação de amostras dos vírus. Segundo a pasta, a constante mudança dos vírus Influenza requer monitoramento global e frequente reformulação da vacina.

Em novembro de 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) endossou a orientação da OMS e adotou a vacina trivalente, que contém os vírus determinados pela OMS. Ela é produzida pelo Instituto Butantan de São Paulo. A vacina disponível nas clínicas particulares é a tetravalente, que protege contra uma variação a mais do vírus da gripe.
Quais são os tipos de vacina de gripe?

A vacina trivalente contra a gripe protege contra a Influenza A H1N1, Influenza A H3N2, e a Influenza B (subtipo Brisbane). A tetravalente protege, além dos três tipos de gripe da trivalente, contra o subtipo Phuket da Influenza B.

Como a vacina é elaborada?

Anualmente, a OMS convoca duas consultas técnicas, em fevereiro e setembro, para recomendação das amostras vacinais candidatas que irão compor as vacinas contra Influenza sazonal dos hemisférios Norte e Sul. Uma amostra vacinal candidata é um vírus Influenza que o Centro de Controle de Doenças (ou um dos colaboradores da OMS) seleciona e prepara para uso na produção de vacinas.
Amostras vacinais candidatas são tipicamente escolhidas com base na similaridade com os vírus influenza que estão se disseminando e causando infecções em humanos, assim como na sua habilidade de multiplicação em ovos de galinha, onde os vírus vacinais são cultivados.
Por que a vacina muda todo ano?
Devido a essa mutação dos vírus, é necessário se vacinar anualmente contra a Influenza. Grupos prioritários podem receber gratuitamente a vacinação nos postos de saúde.

Para quem são indicadas as vacinas contra a gripe?

Estão indicadas para todas as pessoas, exceto para bebês com menos de 6 meses de idade. Dependendo do fabricante da vacina, um dos tipos da tetravalente só pode ser dado para crianças maiores de 3 anos de idade. A Trivalente pode ser dada para todos acima de 6 meses. Crianças de 6 meses a 1 ano tem que tomar duas doses com intervalo de 1 mês.

Qual é a vacina oferecida pelo SUS?

A vacina oferecida pelo SUS nos postos de saúde e centros de vacinação é a trivalente.

E a vacina da clínica particular?

Clínicas particulares costumam oferecer, além da vacina trivalente, a vacina tetravalente. Essa vacina também pode ser chamada de quadrivalente e já é oferecida pelo sistema público de saúde dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália.

Qual deve ser o preço da vacina? Como denunciar preços abusivos?

Segundo o Procon, caso seja constatado reajuste abusivo, as empresas poderão ser autuadas. O órgão não informou quantos hospitais foram notificados.
O Procon investiga a informação de que houve hospitais e laboratórios privados que reajustaram o preço da vacina de R$ 120 para até R$ 215. No ano passado, segundo o órgão, o preço médio do imunizante era R$ 45.

Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?

Uma média de 2 a 3 semanas.

Quem tem prioridade para se vacinar gratuitamente?

- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos;
- Gestantes;
-Trabalhador de saúde;
-Povos indígenas;
-Indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
-População privada de liberdade;
-Funcionários do sistema prisional;
-Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis;
-Pessoas portadoras de outras condições clínicas especiais (doença respiratória crônica, doença cardíaca crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica, doença neurológica crônica, diabetes, imunossupressão, obesos, transplantados e portadores de trissomias).
Qual é o calendário de vacinação na rede pública?

A campanha nacional de vacinação contra gripe está marcada para começar no dia 30 de abril e vai até o dia 20 de maio. Alguns estados, como São Paulo, podem antecipar a vacinação pelo SUS devido ao aumento precoce de casos da infecção. O Ministério da Saúde anunciou que começaria a enviar as doses aos estados a partir desta sexta-feira (1º).

04/04: vacinação gratuita dos profissionais de saúde.

11/04: podem ser vacinadas as crianças de 6 meses a 5 anos de idade, idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas.

30/04: além dos grupos anteriores, podem receber a vacina puérperas de até 45 dias, detentos, funcionários da rede prisional e indígenas.

Quais são as contraindicações para a vacina?

De acordo com o Portal da Saúde, pessoas com alergia comprovada e importante ao ovo não devem receber a vacina. Quem está com imunodepressão, natural ou medicamentosa, deve receber orientações específicas do próprio médico.

*Com informações do Ministério da Saúde

OMS: diabético pode ter vida saudável se detectar cedo e controlar a doença

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que quem tem diabetes pode ter vida longa e saudável se a doença for detectada a tempo e bem controlada. A endocrinologista Michele Borba, que atende em uma unidade de saúde do Distrito Federal voltada para a doença, aconselha a quem tem histórico na família que faça o exame de glicemia em jejum anualmente para melhor controle.

Diabetes


O número de diabéticos nas Américas triplicou desde 1980 e segundo a OMS, a doença é a quarta maior causa de morte na região, depois do infarto, acidente vascular cerebral e de demências. De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), no Brasil mais de 57 mil pessoas morreram por complicações relacionadas à doença em 2013. O diabetes foi o tema escolhido pela OMS para marcar o Dia Mundial da Saúde, lembrado nesta quinta-feira (7). Ainda hoje, a organização e o Minsitério da Saúde devem divulgar dados atualizados sobre a doença no país.

Segundo Michele, esse aumento é percebido no dia a dia no posto e as maiores causas são o sedentarismo e a má alimentação. A especialista lembra que resumidamente, o diabetes do tipo 1 é uma doença autoimune, já o do tipo 2 tem uma carga genética, mas o estilo de vida é decisivo para desencadear a doença.

“A do tipo 1 tem autoimunidade. Em algum momento da vida, a pessoa tem anticorpos que reagem contra as células do pâncreas, que são produtoras de insulina. Isso pode ter caráter multifatorial. Há genética envolvida, mas pode ter outros fatores”, afirmou, acrescentando que as pessoas costumam ser diagnosticadas crianças ou jovens. Já a do tipo 2 é mais frequente entre os 40 e 50 anos de idade. “Com sedentarismo, obesidade e hábitos alimentares ruins, a pessoa que tem uma carga genética de propensão para a doença, mais cedo ou mais tarde acaba desenvolvendo o diabetes tipo 2, mas isso pode ser evitado com mudança de estilo de vida”.
A médica lembra que não há cura para a doença, mas sim prevenção e controle. “Se você tem história familiar, alimentar-se de forma saudável e fazer atividade física é uma prevenção”, sugere.

Dados da OMS indicam que nas Américas mais de 60% da população estão acima do peso ou obesa, em grande parte como resultado de mudanças de estilo de vida relacionadas ao desenvolvimento e à globalização.
O novo relatório da organização destaca que o aumento de casos do diabetes pode ser retardado por meio de uma combinação de políticas fiscais, legislação, mudanças no meio ambiente e conscientização das pessoas para a necessidade de modificar os fatores de risco para a doença. “Isso inclui políticas que aumentem os impostos sobre bebidas açucaradas e a adoção de rotulagem frontal nos alimentos, alertando os consumidores sobre os produtos processados com alta quantidade de gordura, açúcar e sal, com o objetivo de desencorajar seu consumo”, diz a OMS.

Agência Brasil